O Bate Papo dessa vez foi atrás do empresário Marcos Leite, responsável por levar ao Botafogo as negociações de Keisuke Honda e Yaya Touré. Quer saber o que ele tem a dizer sobre isso?
Seleção: Como começou sua relação com o Botafogo?
Marcos Leite: Começou quando indiquei o Honda para o Rotenberg. Agendamos uma reunião no Rio, onde fui muito bem recebido por ele, Montenegro e pelo presidente Nelson Mufarrej. A partir daí, começou a relação que vem dando certo.
Seleção: Como foi levar o “Projeto Honda” ao Botafogo?
Marcos Leite: De início, parecia loucura, algo fora da realidade, mas na reunião, expliquei o projeto e o Botafogo se interessou, apostou na ideia e deu muito certo. Honda está aí e tem um carinho enorme pela torcida do Botafogo.
Seleção: Você sentiu que a pressão da torcida foi fundamental para que a contratação desse certo?
Marcos Leite: Como o Honda mesmo disse, o papel da torcida ajudou muito na decisão. Ele sentiu o carinho dos torcedores nas redes sociais, então sem dúvida a torcida ajudou bastante.
Seleção: Na época, o anúncio chegou a ficar muito próximo, vazou para imprensa e o Honda acabou não gostando. Você sentiu que ali tudo poderia acabar?
Marcos Leite: Não, em nenhum momento eu achei que o negócio poderia melar. Eu estava sempre em contato com o Honda e com o Rotenberg e tudo estava sob controle. Sabíamos que iria dar certo! Vale ressaltar a importância do Rotenberg na negociação. Ele foi fundamental.
Seleção: Como eram essas reuniões Brasil x Japão?
Marcos Leite: O fuso horário era o maior “inimigo”, digamos assim. Na negociação, fiquei praticamente uns 10 dias dormindo às 5 da manhã, mas era necessário fazer aquele esforço para que, no final, o torcedor botafoguense pudesse comemorar.
Seleção: Qual é o verdadeiro papel do Marcos Leite nessas negociações internacionais?
Marcos Leite: Eu tenho meus contatos. Falo diariamente com agentes e grandes jogadores espalhados pelo mundo. Sempre fui muito correto, por isso tenho a liberdade de poder indicar atletas. Meu papel é basicamente entender as necessidades dos clubes e fazer a intermediação com grandes jogadores.
Seleção: A vinda do Honda, somada ao carinho que você recebeu da torcida, te motivaram a ir buscar o Yaya ou foi “apenas” uma oportunidade que apareceu?
Marcos Leite: Quando pensei no Yaya, o primeiro clube que me veio à cabeça foi o Botafogo, pois é um clube gigante, de torcida apaixonada. A festa que a torcida fez na chegada do Honda foi impressionante e eu queria ter dado mais essa alegria ao torcedor botafoguense.
Seleção: O que acha que pesou para que a negociação com o Yaya não fosse concretizada?
Marcos Leite: Yaya tinha alguns problemas particulares e não poderia ficar longe da família. Logo em seguida, começou esse grande problema que estamos enfrentando, mas em nenhum momento ele disse “não” ao Botafogo.
Seleção: Acha que ainda há esperança dele vir jogar no Botafogo?
Marcos Leite: No futebol, tudo pode acontecer. Nesse momento, o futebol está em segundo plano. Passando essa pandemia, quem sabe?
Seleção: Aconteceu de fato alguma negociação com o Zapata?
Marcos Leite: Não, não existiu.
Seleção: A torcida pode esperar mais surpresas?
Marcos Leite: Estou sempre atento ao mercado, em busca de grandes nomes para trazer ao futebol brasileiro. Agora tenho um ótimo relacionamento com o Botafogo, com o torcedor e, com certeza, o clube terá prioridade nos nomes que eu estiver pensando em trazer para o Brasil.
Fonte: Seleção Alvinegra